Triunfo incontestável do grego Stefanos Tsitsipas e 1º título de ATP Masters 1000.
Uma semana marcada pela regularidade em alto nível no primeiro grande torneio no piso de saibro, o grego Stefanos Tsitsipas demonstrou que seu trabalho dentro e fora das quadras estão produzindo resultados bem positivos.
Stefanos nunca deixou a desejar na parte técnica. Um jogador com todos os golpes e estado atlético incrível. A única coisa que ficava um buraco em seu jogo, era a parte emocional e mental. Vimos anteriormente, em várias ocasiões, onde começava a desenvolver jogos incríveis e acabava se perdendo nos dois fatores que mencionei acarretando em derrotas frustrantes.
Tsitsipas demonstrava claramente que estava trabalhando na parte mental e emocional. Particularmente eu observava seu esforço em ficar forte e muitas vezes sucumbia aos fantasmas. Posso afirmar que não é uma coisa tão fácil vencer o lado mental e emocional. Observem Zverev e Dimitrov, por exemplo, que não conseguem pacificar esses temas.
Esse trabalho requer um esforço e vigilância constante, é um auto-conhecimento onde usando determinadas técnicas, faz-se com que o jogador encontre o caminho para manter seu nível elevado e controlando esses fatores, não caia mais em suas próprias armadilhas mentais.
Espero que o tenista da Grécia consiga se consolidar, pois sem dúvida é um dos jogadores mais completos e o mais atlético do circuito.
Let your dreams be your wings. 🏆
— Stefanos Tsitsipas (@steftsitsipas) April 18, 2021
Monte-Carlo thank you for all the small things that add to the journey! Appreciation is a wonderful thing. @rolexmcmasters pic.twitter.com/0FsQUTXW2r
Falando especificamente da final, foi incrível como Tsitsipas soube neutralizar o jogo de Andrey Rublev. O incrível e confiante russo vem numa ascendente fantástica. Conquistou 5 torneios ano passado e o ATP 500 de Roterdã neste ano.
O que mais me chamou a atenção foi como Rublev jogou contra Nadal. Trabalhou seus pontos com muita agressividade, consistência e desferiu winners precisos em vários momentos, onde invariavelmente Nadal acabava deixando uma bola mais curta. Não é qualquer jogador que vence Nadal em Monte Carlo, onde o espanhol foi campeão 11 vezes.
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Andrey tem a capacidade de gerar velocidade principalmente com seu forehand, que é incrível. Rublev, bem como Sinner, batem na bola com muita velocidade, confiança e menos topspin, fazendo com que seus golpes machuquem muito mais. No Reels que fiz domingo no Instagram, antes da final, mencionei que esses tenistas batiam diferente de Thiem, por exemplo, que muitas vezes utiliza o topspin alto como variação.
Rublev e Sinner, para mim, estão dando sinais da evolução do tênis e nova geração de dominância a curto e médio prazo. Falta mais amadurecimento, logicamente. Principalmente quando observarmos os jogos de Grand Slam em 5 sets, onde todos os recursos se cristalizam.
One week and such a different emotions. 1st time in the final of ATP Masters 1000 @ROLEXMCMASTERS Thank you so much for your support🖤 pic.twitter.com/4Xz1e651aU
— Andrey Rublev (@AndreyRublev97) April 19, 2021
Voltando à final de Monte Carlo, Tsitsipsas soube segurar o rojão Rublev e realizar transições de defesas para ataques. Foi muito inteligente abrindo o russo em seu lado mais forte, o forehand, para depois ir buscar o backhand do russo. Soube também usar com maestria as chances de usar seu forehand inside out, sempre que plantava a situação nas mudanças de direcionamento. Stefanos não deixou o russo comandar a situação em nenhum momento.
Andrey Rublev demonstrou nervosismo no início do jogo, facilitando um pouco ao grego, onde abriu vantagem e confiança também. Na minha opinião, o Top 10 russo precisa melhorar seu posicionamento junto à rede e principalmente seus smashs.
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Penso que as revelações do torneio, foram Daniel Evans que teve um fantástico torneio batendo na sequência, Hubert Hurkacz, Novak Djokovic (o britânico foi perfeito na estratégia não dando ritmo à Djoko, variando e sendo cirúrgico nos slices e drop-shots), David Goffin, e caindo na semi para o campeão Tsitsipas.
Destaque também o norueguês Casper Ruud, que fez uma boa campanha no Principado de Mônaco chegando às semifinais, batendo o espanhol Carreño Busta nas oitavas, o campeão de 2019 Fabio Fognini nas quartas e caindo frente a Rublev.
Bem amigos, por hoje é só e vamos ao ATP de Barcelona.
Até a próxima.