Adorei a quadra que jogaram a Laver Cup em Chicago esse ano. Na cor cinza, diferente de tudo que havia visto até agora. Uma quadra com placas de borracha, perfeitamente acopladas, fazendo que o pingo da bola fosse perfeito. Gostei demais por ter ficado uma quadra mais lenta, talvez tão lenta como o saibro, mas com pingos da bola perfeitos.
Deu para ver que realmente esses fantásticos jogadores e atletas tiveram que trabalhar duro pelos pontos, pois a quadra mais lenta dificulta o término do ponto. Também fica mais evidente os melhores golpes dos jogadores, pois tem tempo para executar e as armas ficam bem visíveis, bem como os pontos fracos.
Nas simples, incrível a lavada que Roger Federer deu em Kyrgios, 2 sets fulminantes, não dando chances ao australiano. A qualidade dos golpes do Mestre dos Magos fica cristalina, a movimentação e capacidade de trabalhar as jogadas e ângulos da bola idem.
Pudemos observar a diferença de trabalho de pernas de um cara que treina constantemente como o Federer, para um que não gosta tanto de trabalhar como o Kyrgios. Apesar do talento do australiano, contra um Federer não é suficiente numa quadra lenta como aquela. No momento que existe uma maior exigência da movimentação, pesa muito.

Um jogador que vem me surpreendendo cada vez mais é o Anderson. Impressionou como jogou e venceu Djokovic. Um gigante com potente saque, apesar de não fazer saque e voleio, faz vários aces e vence muitos pontos colocando pressão na segunda bola. Contra Djoko, que tem sem dúvida a melhor resposta do mundo, Anderson teve diversas vezes seu saque ameaçado, mas soube brilhantemente contornar a situação e lidar com a pressão.
Alias pressão é a palavra chave que melhorou demais na cabeça do sul-africano. De um tempo para cá, vem demonstrando muito mais tranquilidade, determinação e maior capacidade de decisão em momentos decisivos. Com certeza esse fator vem influenciando no sucesso de seus resultados. Incrível como venceu o sérvio jogando no fundo de quadra. Soube atacar nas horas certas, contra-atacar muito bem e principalmente quando Djoko percebeu que o sul-africano não gostava de bater seu forehand na corrida, mudou sua estratégia não criando mais oportunidades para que isso acontecesse.
Adorei ter escutado os papos que Roger teve com Djoko na troca de lado, falando de estratégia. O respeito e os pontos de vista de dois gigantes conversando. Também os treinadores Borg, que ainda não consegui enxergar nenhuma vez dar um conselho e Big Mac motivando seus jogadores e esbravejando algumas vezes com o juiz de cadeira levando o publico ao delírio, lembrando um pouco os bons tempos que guerreava.
Nas duplas, Jack Sock se mostrou um monstro. Como trabalha fantasticamente os pontos na resposta de saque, facilitando a vida de seu parceiro na rede, e como se movimenta bem quando está na rede. Esses jogos demonstraram que o norte-americano juntamente com os irmãos Bryan, com nosso Marcelo Melo e Bruno Soares é sem duvida um dos maiores jogadores de duplas na atualidade.

Muito emocionante o formato do torneio e divertido, como os jogadores curtem esse evento em ocasião especial, onde se aglutinam em times e podem torcer um para o outro, o que não ocorre em qualquer outro torneio durante o ano.
Vários outros jogos emocionantes, muita competição entre os dois times, e o Time Europa terminando com o bicampeonato. Realmente um torneio que veio para permanecer no calendário homenageando a lenda Rod Laver e um deleite para os amantes do tênis.