Referência correta: o segredo para o sucesso

Desde muito jovem criei o hábito da leitura. A minha principal motivação era encontrar caminhos para que eu conseguisse melhores resultados e evoluísse em minha carreira tenística. O gostoso e muito interessante, é como uma coisa leva a outra. Um maior interesse, muitas vezes nos desperta para inúmeras possibilidades e caminhos.

Lembro como se fosse hoje no carro com meus pais, indo para alguma competição, pegando a Rodovia Raposo Tavares e passando na frente da Federação Paulista de AIKIDO. A roupa (Dogui), o Hakamá (uma pantalona preta que o Samurai usa por cima do Kimono, escondendo os pés e dando suporte para embainhar as espadas), se destacavam num desenho da parede da Federação Paulista de Aikido.

Resumindo essa parte, comecei a praticar depois que parei de jogar e hoje sou faixa preta, terceiro Dan da arte. Falei aos meus pais, na ocasião, que queria aprender aquela arte, mas aos meus 14 anos e iniciando uma carreira promissora no tênis, pois já havia vencido campeonatos relevantes, mamãe e pai desconversavam, pois, achavam que era muito perigoso e poderia me lesionar e prejudicar meu tênis.

Naquela idade, eu já praticava Yoga e meditação, pois tinha muita energia e me ajudava demais na parte mental e emocional. Criei o hábito da meditação e posturas desde lá, e pratico até hoje. Li sobre várias religiões e práticas, conheci mestres e frequentei lugares mágicos. Poderia escrever alguns livros sobre essas experiências.

O que se fala hoje de visualização, sentir como se já estivesse conseguido seus objetivos, repassar mentalmente a vivência do que se quer, enfim, criar a realidade que se deseja mentalmente e focar sua energia nisso, realmente sentindo a situação como se fosse real é uma pratica muito antiga.

Engraçado estar vendo isso sendo tão reparado nos dias de hoje, com muito mais ênfase. Talvez as pessoas hoje tenham mais preparo para entender melhor o significado e seus incríveis efeitos benéficos em nossas vidas e sonhos. Falando de religião, como podemos ver o Orai e Vigiai, relacionado a esse tipo de prática, não é mesmo?

Certamente é um treino constante, trabalhar uma referência mental e emocional positivos, construtivos. As tentações para cair no negativo, no desistir, o não suportar e mandar tudo para o alto, principalmente num esporte de alto rendimento, acontecem frequentemente quando as coisas não andam como queremos. O grande segredo é o persistir com as referências corretas.

Infelizmente, muitos jovens não têm uma pessoa que possa lhes ensinar esses caminhos. Alguns jovens talentos se perdem no caminho. Muito importante no esporte de alto rendimento ter pessoas que ajudem na vigília da atitude e lembrem sempre da referência correta. O foco no caminho e não no resultado. Quando o foco fica restrito a resultados, a coisa emperra e até regride. No caminho não só evoluímos na carreira esportiva, mas juntamente evoluímos como pessoa, conhecimento sobre si.

Uma coisa não evolui sem a outra. Conhecermos como reagimos as situações e transmuta-las sempre em positividade e ferramentas para crescermos é fundamental. Como reagimos aos estímulos externos e quanto peso colocamos pode afetar no rendimento. Quanto maior destaque, mais evidência e mais estímulos, que podem ser positivos ou negativos. A referência e como o atleta digere e interpreta esses estímulos, podem pesar muito.

A capacidade e inteligência para lidar, como por exemplo, numa coletiva de imprensa é importante para que não afete seu mental e emocional. O atleta precisa desse preparo, desse treino, pois em grande evidência, não tem como fugir dessa situação. A casca tem que ser grossa.

Tio Toni e Rafa Nadal


Temos gigantes exemplos de fenômenos como Federer, Nadal, Djokovic, respondendo coletivas de imprensa com inteligência e posicionamento. A postura segura, neutra e respostas afiadas sempre. Parecem que estão blindados quando estão respondendo às perguntas.

Se analisarmos esses jogadores e vários outros que se destacaram mundialmente, sofreram influência e aconselhamento de pessoas interessantes e preparadas. Nadal tem seu tio Tony, uma pessoa extremamente inteligente e preparada. Federer, muito inteligente, soube escolher, treinadores e pessoas importantes que lhe deram suporte. Djokovic teve até um guru, que talvez tenha lhe ajudado a evoluir como pessoa e ser a muralha mental e emocional que é hoje.

Federer e Edberg


Certamente a postura desses grandes atletas é resultado de muito trabalho interno e utilizando constantemente as referências corretas.

A prática constante nos leva cada vez mais próximo ao ideal.

Practice makes perfect.

Abraços e até a próxima!

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