Personalidade marcante: seria esse um dos segredos do sucesso?

Entenda porque ter uma personalidade marcante pode ajudar a alcançar o sucesso.

“A maior vitória é sobre ti mesmo”

Essa famosa frase que reflete diretamente nas palavras que escrevo aqui.

A partir de um certo nível de tênis, principalmente quando entramos no alto rendimento, conhecer-se melhor tem um peso gigantesco.

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Mais que estratégias, táticas e outros, perceber o que acontece na mente, sentimentos e saber como lidar com isso, é fundamental para o sucesso.

Desenvolver a capacidade de resolver essas equações interiores pode ajudar a chegar a um resultado positivo em que consiga segurança e equilíbrio mais constantes, além de direcionamento ao que se deseja, pode fazer uma diferença absurda.

Algo que sempre observei em mim e vários outros jogadores foram as reações perante resultados positivos ou negativos. Sempre fui um curioso observador das personalidades e reações dos jogadores, desde os mais simples aos grandes ídolos.

Existem aqueles que são pessoas simples e encontram grandes resultados, assim como existe aqueles com personalidades marcantes que alcançam sucesso.

Em ambos os casos, essas pessoas administram bem suas vidas e carreiras, convivem com seus ônus, danos e está tudo certo.

Foto: Divulgação/Wimbledon

A importância da personalidade marcante no tênis

Lembro que o mais marcante na minha época era o contraste entre as personalidades de feras como Borg, McEnroe, Connors, Lendl, Vilas, Becker.

O sueco Borg era uma verdadeira geladeira. Não víamos expressão ou palavras vindo de sua boca.

A única reação era quando finalmente vencia um grande torneio, ajoelhando e colocando sua mão ao rosto com sorriso discreto.

Em contrapartida, existia McEnroe. Esbravejava, atirava suas raquetes, brigava com todos os juízes, era um moleque travesso na quadra.

Já Connors era um guerreiro. Parecido com McEnroe, era mais irreverente, tinha um certo senso de humor e não gostava de perder nem no par ou ímpar.

Aliás, a dupla americana na época se odiava e faíscas em comentários maliciosos saiam de ambos os lados.

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Uma vez, inclusive, os dois quase chegaram às vias de fato no meio de um jogo. Talvez por serem tão parecidos em alguns aspectos, se repeliam.

Lendl era o carrasco. Em outras palavras, mantinha cara fechada, não estava nem aí para o que falavam, não fazia questão de ser simpático e o adversário era seu inimigo de morte.

Tanto que quando o adversário vinha a rede e deixava sobrar uma bola que voleava mal, Lendl batia com toda a força no peito do adversário, virava as costas e não dava a mínima.

Ao mesmo tempo, havia Vilas, que era o Touro Indomável. Treinava um absurdo, buscando sempre a perfeição e sua melhor forma. Poeta e cantor fora das quadras em seus momentos de lazer, era um cara mais calado, fechado e focado nos torneios.

Igualmente, tínhamos Becker, que era de personalidade marcante. Sempre muito autêntico em suas posições, polêmico em suas atitudes e até filosófico em certo ponto.

Todos com suas personalidades únicas, mas o que tinham em comum era o amor ao tênis, dedicação e o fato de conseguirem mostrar na quadra a razão de estarem ali.

Sabiam lidar com o que eram, do jeito que eram. Administravam seus erros e acertos.

Definitivamente, todos eram muito autênticos.

As características dos tenistas de sucesso

Nas vitórias sempre encontravam estímulos para seguir em frente.

Contudo, sem exaltações, sempre mantendo os pés no chão e focados na ambição positiva de querer sempre mais.

Nas derrotas, aprendizado, análise do que precisa ser melhorado e trabalho, muito trabalho.

A minha impressão era uma áurea de certeza, não percebia nenhum tentar aparentar algo artificial, uma verdade transpassava em suas ações dentro e fora das quadras.

Enfim, talvez por isso sempre foram amados por seus fãs.

Depois disso tivemos Sampras, Agassi, Guga, Kafelnikov, Currier e Chang, entre outros.

Particularmente gosto muito de como Agassi e Guga se posicionam e levam suas vidas demonstrando o grande aprendizado que tiveram com o tênis e o com o foco em passar adiante.

No decorrer das décadas, podemos observar vários números 1 do mundo com personalidades diferentes, mas em alguns pontos marcantes, alcançando o sucesso.

Esses jogadores metabolizavam seus acertos e erros rapidamente e sempre seguiam adiante, sem sofrer grandes interferências externas.

Em contrapartida, hoje temos Federer, Nadal, Djokovic, Murray (infelizmente a lesão vem roubando seu melhor), Del Potro (recuperando de lesão), Wawrinka e agora os da nova geração que vem se apresentando.

Foto: Divulgação/Roland Garros

Penso que vale muito a pena observarem suas personalidades, o que falam, como agem e o que tem em comum.

Há alguma chave especial que fantásticos tenistas têm em comum ou cada um achou seu próprio caminho?

Em suma, algumas características são marcantes:

O amor ao que se faz, a capacidade de transformar situações difíceis em grandes aprendizados, a habilidade de vencer constantemente seus fantasmas interiores, o trabalho duro.

Da mesma forma, há também a capacidade de fazer escolhas certas e encontrar as pessoas certas no decorrer de suas carreiras, o sentimento que pertencem a aquele ambiente.

Acima de tudo, os tenistas de destaque sempre seguiam em frente numa certeza colossal. Todas essas características são fatos que os grandes têm em comum. E claro, com suas personalidades diferenciadas

Espero que tenham gostado dessas observações e reflexões.

Abraços e até a próxima coluna!

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