Andy Murray: Mais uma vítima do open stance

Foto: Reprodução Twitter

Foi com muita tristeza que recebi a notícia de que Andy Murray decidiu desistir do circuito no próximo torneio de Wimbledon.

Acompanhamos a mesma situação que Murray está passando com o sueco Magnus Norman e depois nosso Guga KuertenO mais difícil é saber que teriam muito mais lenha para queimar e a carreira é abortada por lesão na região do quadril. Uma lesão extremamente difícil de curar, ainda sendo estudadas várias possíveis alternativas para uma solução. Infelizmente a cirurgia está se mostrando ineficaz no momento.

Um local de extremo atrito e movimento repetitivo, no caso dos jogadores que utilizam a postura de open stance, pois a pressão de impacto e giro é praticamente utilizada em todas as batidas. Não me entendam mal: O open stance é amplamente usado por todos os jogadores hoje em dia, proporcionando maior potência no giro de quadril e consequentemente maior velocidade no golpe. Também facilita muito em uma eventual recuperação de quadra após uma batida na corrida.

Por algum motivo (falta de fortalecimento no local ou outro), alguns jogadores lesionam na região do quadril. Diferentemente do close stance, onde a pressão é menor no quadril, dependendo mais da transferência do peso à frente, mantendo o corpo de lado com uma perna a frente da outra, no open stance, o jogador bate de frente para a quadra usando toda a elasticidade e giro de quadril.

Veja o movimento de Murray no vídeo abaixo:

No caso do Guga especificamente muito utilizado em seu forehand, num pequeno salto de preparação de base em open stance, já com os ombros girados, seguido do movimento de catapulta da cintura gerando muito mais velocidade no golpe. Imaginem esse movimento de salto (pressão de impacto), seguido de giro com grande velocidade, repetido por milhares de vezes todos os dias e anos a fio.

Se o jogador lesiona na região, como recuperar 100% se depois voltando a atividade, repetirá os mesmos movimentos em cima de uma cicatriz? Lógico que lesionará de novo. Além do que no caso de colocação de prótese, impossível forçar extremo a região, correndo risco da mesma sair do lugar, necessitando de cirurgia para recoloca-la.

Confira o movimento Open Stance de Guga no vídeo abaixo:

A cirurgia do Murray (não encontrei o diagnóstico a fundo do caso), não existiu a colocação de prótese. No caso de Norman e Murray pior ainda, pois além de utilizarem o open stance no forehand, também utilizam no backhand com duas mãos. Utilizam muito dos dois lados durante toda a partida. A pressão é duplicada do mesmo lado por serem destros. Tanto no forehand pegando o quadril do lado direito quanto no backhand com duas mãos, pegando também no lado direito. Uma pressão e atrito absurdo de um mesmo lado.

Murray tentou alterar um pouco sua movimentação, mas percebe-se que perde muito rendimento, não conseguindo atuar da mesma maneira que estava acostumado. Com certeza todos os jogadores estarão prestando muito mais atenção, juntamente com seus preparadores físicos em reforçarem muito mais a região, e também fazendo tratamentos preventivos.

Foto: Reprodução Twitter

A enorme demanda do circuito profissional, principalmente com muitos torneios em quadras duras, judia demais do físico dos atletas. Talvez a ATP e WTA , devessem olhar esse aspecto de preservar mais essas jóias do nosso esporte, criando um calendário onde proporcionasse mais intervalos e tempo para que seus corpos se restabelecessem. Também tempo para que todo o trabalho físico tenha tempo para dar suporte às exigências dos movimentos repetitivos.

Andy foi o britânico que venceu Wimbledon após 70 anos de jejum na nação. Venceu outros 2 Grand Slams além de duas medalhas olímpicas de ouro em Londres e Rio de Janeiro. Jogador talentosíssimo. Desejo que Murray consiga superar esse momento triste e que fique no mundo do tênis influenciando novos jogadores com toda sua experiência, assim como nosso querido Guga tem feito e nos deixado felizes com sua presença constante.

Foto: Reprodução Twitter

Desejo a todos um excelente 2019 e vamos acompanhando os capítulos seguintes do nosso amado esporte. Que seja mais feliz daqui para frente!

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