Novak Djokovic: herói ou vilão?

Novak Djokovic já considerado o maior jogador de todos os tempos, falando de resultados, inquestionavelmente é uma lenda viva em ação.

O sérvio nos seus 37 anos continua quebrando mais e mais recordes, demostrando toda sua resistência contra o Deus Cronos. Recentemente, bateu Carlitos Alcaraz numa final épica de Cincinnati, no jogo mais incrível que já assisti em melhor de 3 sets.

Nessa final, Nole conseguiu encontrar todos os caminhos possíveis e impossíveis para a vitória. O sérvio usa o tempo e regras no limite, muitas vezes passando imagem de ‘catimbeiro’. Em minha opinião, Djoko é o jogador mais inteligente que pisou numa quadra de tenis até hoje.

Estrategicamente, o tenista de Belgrado tem a percepção da necessidade de mudança ou adequação a um oponente mais rápida que qualquer outro. Amado por muitos e odiado por muitos, era sempre a terceira preferência entre os Big 3. Esse fato sempre incomodou imensamente Nole, declarado por ele mesmo, usando como força interior, mudando o referencial, como se na verdade o grande público gritasse seu nome quando os enfrentava, mas na realidade a torcida vibrava sempre descaradamente para seu oponente.

Nessa época, Djokovic fazia de tudo para ser o ‘nice’ e divertido cara, com gracinhas ao público, brincadeiras fora da quadra, mas em quadra um gigante competidor que transformava a dor de não ser tão querido como Rafa e Roger, o grande estímulo para buscar a vitória. Federer e Nadal sempre demonstraram a amizade recíproca, observada pelo olhar paralelo de Novak, onde os 2 jogadores sempre amados pelo público, eram a preferência quando enfrentavam o sérvio.

O papel de atletas impecáveis sempre ornou os nomes Rafael Nadal e Roger Federer que raramente demonstravam suas emoções de frustrações ou raiva, mantendo uma postura de controle, disciplina, respeito e atitudes exemplares. Quando Nole enfrentava um dos dois, em diversas ocasiões, demonstrava seu descontentamento pela preferência diretamente com o público, gesticulando, fazendo caras e bocas, demonstrando suas emoções.

A postura mais dura, forte e muitas vezes até um pouco antipática de Djokovic, típica dos naturais do leste europeu pós-guerra, aflora na verdade de uma partida de tênis. Com posturas duvidáveis como o abandono de sua parceira de duplas mistas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e sua péssima atitude em sua derrota nas simples também, aperta a cicatriz na memória de muitos.

Mas suas posições e convicções fortes não deixam dúvidas em relação à sua força interior e marcante personalidade. Durante os jogos, ele encontra motivação no atrito, na batalha que trava com seu Staff entre olhares fulminantes e busca por apoio incondicional. Gesticula, grita, olha, chama a atenção, levando seu time à loucura. Comprovado nas feições de seus fiéis escudeiros, que em determinados momentos, passam a impressão de não ter a menor ideia do que fazer. No fundo, seu Staff sabe que ele precisa que estejam ali e aguentem o uivo do Lobo destruidor de pernas e almas tenísticas.

Em seus discursos no momento das premiações, sempre agradece e confirma que não é um cara fácil de lidar, sorrindo em direção à sua turma. Eloquente em vários idiomas, Nole usa as palavras inteligentemente como nenhum outro. Elogios efusivos a seus oponentes tanto na derrota como na vitória, nunca são esquecidos.

Hoje em dia, penso que o amadurecimento trouxe mais generosidade para Djoko, muitas vezes aconselhando e passando mensagens de força e de como faz para seguir evoluindo em seu caminho de conquistas.

Herói ou vilão, Novak Djokovic espelha o ser humano com suas qualidades e defeitos, na luta por seus ideais, conquistas, ultrapassando seus próprios limites e para nossa imensa felicidade e sorte, numa quadra de tênis.

Vida longa ao gênio Novak Djokovic.

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