Holger Rune: O novo astro do tênis

Quando assisti Holger Rune pela primeira vez, o dinamarquês iria jogar a primeira rodada do US Open 2021 contra Djokovic. Fiquei extremamente impressionado. Rune venceu o primeiro set contra Djoko na quadra central de NY lotada e não se importou que estava jogando contra um dos maiores ícones de nosso esporte, detentor de 21 Grand Slams.

Holger recém saído e classificado do disputadíssimo Quali de NY, demonstrava um tênis exuberante, muito rápido, com bolas rasantes à rede e profundas beirando o limite. Uma precisão incrível e mãos muito rápidas que se ajustavam facilmente aos tiros de fundo do sérvio. Djoko demonstrava enorme surpresa com o desconhecido jovem que se apresentava à sua frente.

Com toda sua experiência, Nole jogava calmamente e aguardava o prosseguir do jogo, vendo como o garoto dava sequência. Infelizmente nessa ocasião, o jovem Rune de apenas 18 anos, na época, demonstrava claro cansaço acumulado dos duríssimos dias da disputa do qualificatório. Holger caindo diversas vezes com câimbras, sucumbiu sem piedade ao Lobo Djoko.

Na época, o jovem da Dinamarca perdeu mas deixou claro que era questão de tempo para ser uma real ameaça aos grandes do circuito internacional da ATP. Passado um pouco mais de um ano, e iniciando a temporada de 2022 na 103ª colocação, a ascensão de Holger tem sido fulminante.

Holger conquistou o Paris Open exatamente em cima do jogador que o havia castigado no US Open em 2021, Novak Djokovic. Num jogo emocionante com incrível performance, Rune mostrou ao mundo do tênis que é a nova estrela e que veio para ficar.

Depois de Nole jogar um primeiro set quase perfeito vencendo Rune por 6/3, o dinamarquês não se intimidou. Penso que qualquer outro talvez sucumbiria ao sérvio depois de como foi o início do jogo, mas Rune demonstrava que queria jogo e procurava adaptação ao que Djoko demonstrava.

Comentando no Twitter, eu disse que no final do primeiro set, Rune estava encontrando caminhos para desequilibrar Djokovic. Estava suportando muito melhor as trocas de bola, inclusive machucando Nole do fundo, variando o jogo e criando oportunidades de atacar, tanto mudando de direção, vindas repentinas à rede, dropshots e bolas altas com spin.

Djokovic já demonstrava alguma insatisfação no final do primeiro set, reclamando em direção ao seu Staff. A única maneira que Novak conseguia vencer nas trocas de fundo era ir ao limite das linhas com bolas ganhadoras. Claramente o jogo ficou duríssimo e emocionante até o final.

Em games disputadíssimos, Rune manteve a calma e sustentou a concentração e manteve seu poder decisório em alta. Realmente não se acuou em nenhum momento. Essa incrível alta confiança e o fato de não se amedrontar contra ninguém, são algumas de suas gigantes qualidades.

Dono de um importante saque, onde com empunhadura mais fechada, continental e enorme aceleração na laçada, consegue muita velocidade e ângulos onde tirava Nole da quadra e dificultava a melhor resposta de saque do mundo.

Mãos incrivelmente rápidas, o jovem de 19 anos bate com facilidade e muitas vezes de bate pronto os mísseis que Djokovic disparava, inclusive mudando de direção várias vezes. Rune demonstrou muita velocidade de pernas nas investidas que fazia de surpresa junto à rede durante as rápidas trocas, quando deslocava o sérvio. Excelentes e precisos voleios e smashs.

Em sua campanha estrelada em Paris, venceu jogadores numa chave duríssima: Wawrinka, Hurkacz, Rublev, Alcaraz, Aliassime e Djokovic.

Holger Rune é completo e veio para ficar e somar a Alcaraz e cia neste segundo pelotão da nova geração. Viva o novo Príncipe dinamarquês do tênis mundial. Mais um astro para nossa alegria!

Abraços.

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