Uma nova e inusitada situação desponta na vida dessa lenda viva das quadras, Novak Djokovic.
Acostumado a estar sempre com as atenções divididas entre seus arquirrivais Roger Federer e Rafael Nadal, onde juntos somam 60 Grand Slams conquistados, eis que se encontra totalmente debaixo de todos os holofotes e atenções.
O mundo se volta reparando em todos os detalhes desse monstro como jogador e muralha mental, Djoko. Uma atenção, reconhecimento tão carente, buscado constantemente em suas atitudes, enviando ao mundo a imagem que, sim, Djokovic é um cara legal.
O astro sérvio iniciou o US OPEN 2021 com declarações onde afirmava que esse seria seu 21º Grand Slam, que daria seu físico, mental e sua alma na conquista desse último Major do ano. Djoko completaria o Grand Slam, vencendo os 4 maiores torneios do mundo (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open), no mesmo ano.
Grand Slam singles titles, all-time:
— Tennis TV (@TennisTV) September 13, 2021
20 – Federer
20 – Djokovic
20 – Nadal
The race for 21 continues… pic.twitter.com/QAYMU0xz7S
Poderia até ter vencido o Golden Slam, caso tivesse conquistado a medalha de ouro nas Olimpíadas. Nole passeou na Vila Olímpica como um dos maiores e melhores atletas da elite mundial dos esportes, socializando com todo o mundo esportivo e exalando confiança em sua missão.
O que aconteceu na Olimpíada, todos sabemos. Novak perdeu para um fortíssimo e confiante Zverev nas semis e destruiu suas raquetes na disputa da medalha de bronze contra Carreno Busta. Feito não suficiente, desistiu da disputa de bronze nas duplas mistas, deixando sua parceira chateada e sem medalha, alegando lesão no ombro.
O tenista de Belgrado sentiu a pressão e a responsabilidade de levar a medalha, colocando-se numa panela de pressão desnecessária.
Será que seus arquirrivais fariam diferente? Analisando o perfil de Federer e Nadal, qual atitude tomariam no lugar dele? Será que ficariam andando por aí socializando ou estariam focados e concentrados talvez buscando uma privacidade totalmente compreensível, num evento tão importante, que acontece no mundo a cada 4 anos?
Infelizmente, somente podemos especular.
Bem, o que está feito são águas passadas e a lição aprendida. Será?
Nole sumiu do mapa, tirou férias, passeando com sua amada, tempo importantíssimo e relevante, dando atenção à sua família e renovando as energias.
Aí veio o US Open e o desafio de realizar o feito histórico dos 4 GS no mesmo ano.
Djoko treina muito bem. Demonstra estar em plena forma e impressionando a todos. Também demonstra ser uma máquina de trucidar pernas e almas tenísticas. Várias pessoas da imprensa teceram comentários a respeito. Nole afirmou em suas entrevistas que seria o 21º indiscutivelmente. As atenções estavam nos jogos e performance do sérvio.
Nas primeiras rodadas, cismou de perder o primeiro set, passando até a impressão que perdia de propósito, como se fosse superstição, para depois acabar com seus adversários.
Os olhos estavam voltados para as semifinais onde jogaria contra Sascha Zverev, recém campeão olímpico e vencedor contra Nole em seu último encontro.
Neste jogo, Djoko abriu diversas oportunidades a Zverev, e o alemão, reclamando como um bebê, enfraquece seu mental e desperdiça oportunidades. O sérvio calado, transpassando controle da situação, quebrou o saque do alemão logo no início do quinto set e seguiu para a vitória.
Novak Djokovic ficou a um passo de seu maior objetivo, mas ainda tinha o russo Danill Medvedev pela frente, que vinha como uma máquina de ganhar jogos em quadras duras, seu piso favorito. Inclusive Daniil é o jogador que mais acumula vitórias em quadras duras nas últimas duas temporadas.
“One match left. All in. Let’s do it… I’m going to treat the next match Iike it’s the last match of my career.”@DjokerNole #USOpen pic.twitter.com/lAx8NmlKlC
— ATP Tour (@atptour) September 11, 2021
Claramente o sérvio sentiu a pressão novamente imposta por ele mesmo. Logo no início do jogo, saiu de sua zona de conforto, sacando e voleando e fazendo aproachs apressados buscando a rede. Djokovic jogou contra seu espelho, só que russo e com melhor saque.
Medvedev aguentava tranquilamente as trocas de bola no fundo e atacava ferozmente quando a oportunidade aparecia.
Nole sentiu os nervos, e a pressão imobilizando suas pernas. Não conseguia achar uma saída.
O público gritava em altos brandos pelo nome de NOLE, que ameaçou voltar de 2/5 no terceiro set, depois de ter perdido os outros 2 sets por 6/4 e ter quebrado a raquete novamente em um momento de fúria após dar um ‘taco’ na devolução.
Na luta pela reação, vimos Djoko lacrimejar durante um game.
Todo mundo está torcendo para mim??? O que fazer com tudo isso?????
A imagem passava a mensagem claramente.
Na virada 4/5, Djoko sorriu, levantou o punho, colocou a mão no coração e desabou num choro encoberto por uma toalha. Sinceramente, até eu me emocionei e vi um ser humano de carne e osso, deixar transparecer suas emoções.
He gave it everything he had 💔
— Tennis TV (@TennisTV) September 13, 2021
Sport can be brutal, but @DjokerNole will be back#USOpen pic.twitter.com/HbGhQFvXKk
Emoções misturadas entre decepção, alegria, sufoco e alívio.
Medvedev fechou o jogo e conquistou seu primeiro Grand Slam merecidamente.
Respect for this champion! @DjokerNole pic.twitter.com/BsN9aXrk7J
— Daniil Medvedev (@DaniilMedwed) September 14, 2021
Tenho convicção que Nole deixará a poeira assentar, reunirá sua equipe, colocará suas prioridades em ordem e seguirá em frente. Penso que deve voltar às suas raízes, onde o momento presente é o mais importante sempre.
O foco no pensar ponto por ponto, tem que ser priorizado e o resultado virá como consequência. Amenizar as expectativas é crucial e tenho certeza que essa ficha caiu para o Djokovic.
Podemos esperar muito ainda desse sérvio fantástico que cria ao mesmo tempo seu céu e inferno. A capacidade mental e força emocional de Nole são gigantes.
Penso que no curto prazo esse circuito novo e desafiador, servirá de estímulo para ele. Novak Djokovic, demonstrou seu lado humano neste último Major do ano, ganhando o respeito e maior número de fãs certamente.
Estou na expectativa dos próximos capítulos dessa história que ainda está sendo escrita.
Mas, e agora Novak Djokovic?