Memória negativa: o terror do tenista de alto rendimento

1,85m de altura

Um assunto espinhoso e terrível para o jogador profissional, principalmente, é fixar um momento reincidente negativo na memória. Podemos observar aqueles jogadores com um potencial incrível, mas que por alguns motivos, e aqui citarei vários, simplesmente não conseguem desenvolver-se nos resultados.

Temos aqueles tenistas que deslancham, parecendo que serão Top Players. Todos ficam na expectativa e simplesmente não se concretiza, ou se tornam aqueles jogadores de eternas quartas de final e que não vão muito adiante. Temos ainda aqueles jogadores que no treino batem determinado golpe incrivelmente e no jogo, parece que nunca tiveram determinado golpe, demonstrando uma tremenda insegurança.

Fixar atitudes negativas na memória, principalmente para o tenista profissional que sempre precisa estar no seu melhor, é um pesadelo.

Alguns exemplos de momentos que onde o bicho pega:

–  Início de jogo e o tenista nunca quer começar sacando, pois em sua cabeça perderá o saque. Reza para ganhar o sorteio e escolher receber o saque.

– Chega no 3/3 e pensa que se não vencer aquele game, o jogo está perdido. Observe que são crenças negativas.

– Tie-break: Se jogou alguns jogos importantes e perdeu tie-breaks, coloca na cabeça que não vencerá. Muitas vezes quando um jogador joga contra determinado adversário e perdeu uns tie-breaks seguidos, fixa na cabeça negativamente que isso acontecerá de novo. Pior ainda, isso acontece, acreditem se quiser, em match points contra determinado jogador que num passado recente perdeu e volta acontecer novamente. Lembram de Federer contra Djokovic na final de Wimbledon quando Roger estava sacando 40/15 e simplesmente pareceu um iniciante fazendo besteiras, perdendo os match points e depois o jogo?

Federer contra Djokovic na final de Wimbledon 2019. O sérvio venceu. Foto: Reprodução/Twitter

Roger Federer já havia perdido um jogo muito parecido contra Djokovic no US Open e também numa final para Del Potro, do mesmo jeito.

No feminino, podemos observar Garbiñe Muguruza, que recentemente vem jogando super bem, mas chega numa semifinal e simplesmente não consegue superar, performando muito abaixo dos jogos anteriores.

Muguruza acumula eliminações frustrantes nos últimos tempos. Foto/Reprodução Twitter

Mais exemplos de memória negativa:

– Determinado golpe que falhou algumas vezes em momento importante, ex: dupla falta em break point contra. Fixa que isso acontecerá novamente, vai lá e realmente acontece.

– Tenista que estava no topo, começa a perder alguns jogos nas primeiras rodadas e vira um ciclo vicioso, não conseguindo sair dessa. Ou aquele que está jogando super bem, mas chega nas semifinais e simplesmente para de jogar e deixa cair o nível.

Pois é pessoal, isso tudo está relacionado a temerosa memória negativa. Ansiedade, cobrança, expectativas exageradas e medo são os componentes desse coquetel.

Como sair dessa?

Uma ferramenta que ajuda muitíssimo é a meditação, focando no momento presente.

Respiração abdominal, ameniza a ansiedade.

Desligar-se das expectativas é crucial.

A visualização dos momentos em uma meditação dinâmica é muito importante, onde o jogador medita na situação, vendo-se superando o momento, ligando-se ao sentimento de conquista daquele determinado momento.

A tomada de decisão sobre determinado aspecto, soma-se a tudo isso.

É necessário convencer-se e não olhar para trás

Lembrar que a emoção vem primeiro seguido do pensamento

Então mãos à obra e ligar-se sempre nas emoções positivas, que é trabalhoso, mas muito melhor que cair nas negativas certamente.

Espero poder ter ajudado um pouco.

Até a próxima, forte abraço virtual.

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