A importância psicológica do saque

Divulgação HopmanCup

Tem uma coisa que não me conformo. Vejo em muitos lugares que se ensina tênis, que o saque é deixado por último e muito pouco tempo de prática. Como podem deixar de dar importância para o golpe mais relevante no tênis?

Tudo começa com o saque, sem o golpe não existe o jogar pontos. O primeiro golpe a ser treinado sempre tem que ser o saque. Vejo garotos com golpes formados e ainda com grandes problemas no saque. Tive e tenho vários garotos, inclusive que estão iniciando a carreira profissional que me procuram para corrigir e resolver esse problema.

Digo problema, pois como um jogador profissional irá decolar nos dias de hoje sem sacar bem?

Antigamente até que se remediava um pouco com os grandes jogadores de base sem grandes saques. Mas hoje em dia não tem como. O tênis está muito agressivo e hoje um jogador que não saca muito bem será esfolado vivo. Todos os jogadores evoluíram tremendamente nas recepções de saque e atacam sempre que há um segundo saque deficiente. O jogo se afunila cada vez mais na completude. Quem almeja um lugar ao sol no circuito profissional não pode deixar lacunas.

Psicologicamente falando, o saque é o condutor da confiança para o resto do jogo. Com um grande saque e possibilidade de ganhar seu game sacador com mais facilidade, a hora de responder o saque do adversário será bem mais fácil, possibilitando que o jogador se solte mais e arrisque mais. Com um grande saque a resposta não machucará tanto e muitas vezes possibilitará uma segunda bola, onde o jogador poderá comandar o ponto com mais facilidade.

Também possibilita a opção de saque e voleio que pressiona tremendamente o adversário. Exemplo de grande saque: Temos o John Isner, dentre outros, que apesar de deixar a desejar no seu jogo de base, tanto pela altura e mobilidade como seu mediano backhand e voleios, joga praticamente com seu big serves e big forehands o jogo inteiro. É um top 10…

John Isner em ação no Australian Open. Crédito: Rick Rycroft

A pessoa que mais me chamou atenção quando eu era jogador foi meu treinador na época Brian Laver, que fazia com que eu sacasse todos os dias ao menos uma hora. Também tive a honra de ter tido grandes toques nessa época pelo lendário Rod Laver.

O treino consistia em derrubar os canos de bolas que eram colocados no quadrado do saque nas posições do forehand, corpo e backhand. Nesse treino, não me era permitido sair da quadra até que eu derrubasse 2 vezes cada tubo de bola. Com isso fui ganhando ótima mão, controle, diferentes ângulos e muita confiança em meu saque e jogo.

Mas o treino de saque é bem mais completo e complexo do que isso, onde abordarei em outra ocasião. Então pessoal, mãos a obra e treinem seus saques!

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