A plenitude de Federer na Basileia

Um querido amigo foi questionado qual dos dois jogadores dificultaria a vida de Roger na final, se Opelka ou De Minaur? A resposta foi Alex De Minaur.

Penso que a pergunta foi mal formulada. Vamos para as perguntas mais adequadas: Qual a diferença entre esses jovens que às vezes conseguem ganhar um torneio ou outro, mas não conseguem manter a regularidade de resultados, perdendo em diversas ocasiões em primeiras rodadas? Como Federer com 38 anos consegue conquistar pela decima vez Basileia e ainda se manter na terceira posição do ranking?

A resposta: Jogadores como Federer, Nadal, Djokovic, ganham 99% te quem deveriam ganhar. O resto, principalmente os jovens destaques como Tsitsipas, Thiem, Zverev e outros, não conseguem a mesma regularidade.

Um que vem despontando e tendo resultados incríveis e regulares é Danill Medvedev, que já desponta como um eventual possível número 1. Não é o jogador com jogo mais vistoso, mas certamente o mais regular entre os jovens.

Faz praticamente 2 décadas que Fed, Nadal, Djoko conseguem chegar no mínimo em semifinais de todos os torneios que participam, raramente perdendo para um jogador de menor expressão. Perdem em eventuais voltas de lesões, mas uma vez pegando o ritmo as vitórias constantes retornam.

Esses resultados não se restringem somente ao talento, mas muito do amor ao que se faz, a vontade constante de competir, ultrapassar os limites, o desafio de permanentemente evoluir, renovar e complementar cada vez mais o jogo.

Pudemos observar principalmente nesses 3 jogadores, que nas praticamente 2 décadas foram melhorando sempre. Pudemos observar em golpes, raquetes, preparo físico, estratégias.

Roger Federer ATP da Basileia 2019 Campeão

No caso de Roger Federer, vimos mudança de treinadores conseguindo suprir suas necessidades ao longo do tempo, com Edberg fazendo com que mudasse de raquete e procurasse mais a rede, depois com Lubcic, melhorado seu backhand e estratégias, entre outros.

Esses jogadores têm muito da old school, em termos de disciplina e coração aliada a evolução do preparo físico, ciência esportiva. Conviveram com mais variedade de estilos de jogo, versatilidade que se somou ao longo da jornada ao repertório de seus jogos e estilos.

Mas o principal além do talento, certamente é a capacidade mental, endurance psicológica, ficar dia após dia na quadra, capacidade de decisão e coração. Vemos Federer nos passar hoje uma maturidade, tranquilidade nas horas e jogos mais duros. Poderá até perder, mas sabe que pode ganhar a qualquer momento também. Confia plenamente em sua capacidade.

E foi o que aconteceu na final da Basileia contra o jovem De Minaur. O resultado 6/2 6/2, não espelhou a realidade de uma dura partida, sendo decidida nas horas mais importantes pelo gênio Roger Federer.

Ainda teremos bastante do Mestre dos Magos, como carinhosamente o chamo.

Abraços e até a próxima.

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