O triunfal retorno de Andy Murray

Confesso que fiquei muito surpreso e feliz de ver o britânico Andy Murray ganhando o torneio de Antuérpia. Depois de anunciar sua aposentadoria no início do ano, Andy havia se submetido a algumas cirurgias e havia tentado retorno sem sucesso e com dores. A situação na época estava fadada a mais 1 caso que já havia aposentado vários outros jogadores, inclusive o brasileiro Gustavo Kuerten.

Esse problema no quadril é gerado por movimentos repetitivos e rotacionais, ocasionando o desgaste da cartilagem e o movimento de pressão em cima da região, se tornando insuportável.

Murray sempre foi um jogador beneficiado pela sua forte estrutura física. Não sei ao certo como foi a última cirurgia, certamente o pós-cirúrgico foi crucial para seu retorno as quadras. Logicamente a estrutura física forte e a facilidade de conseguir fortalecer o local, pôde proporcionar a Andy o suporte local para estar aguentando a maratona de movimentos.

Andy Murray e Stan Wawrinka

O britânico voltou no início jogando somente duplas e conseguindo resultados expressivos, conquistando títulos na modalidade. A dupla não exige tantos movimentos bruscos e repetitivos como nas simples, ajudando Andy a experimentar e aos poucos adequando seus movimentos novamente ao exigido.

Nas simples, quando voltou a competir, percebi que estava meio devagar e precavido em seus movimentos, procurando poupar-se um pouco. Certamente não deve ter sido fácil voltar a exigir 100% do seu corpo, com medo das dores voltarem ao seu pior.

Penso que nesse ponto, seu trabalho junto ao seu excepcional fisioterapeuta e preparador físico é parte fundamental no sucesso de sua volta. Certamente está exigindo um trabalho diário, tanto no relaxamento da região e fortalecimento constante.

A ciência no esporte e principalmente no tênis vem evoluindo de forma muito rápida. Andy Murray é um dos jogadores mais versáteis, talentosos e talvez o mais inteligente do circuito.

Gosto muito da variação que o britânico apresenta em quadra, com várias possíveis estratégias que consegue trabalhar conforme o adversário que enfrenta. Joga muito solido do fundo de quadra, com ambos os lados muito sólidos, sabe usar seu backhand slice com maestria e excelente forehand, conseguindo variar tanto atacando quando necessário, como usando o peso do golpe dos adversários movimentando a bola usando os espaços da quadra com precisão. Excelente mão para os voleios e drops, um talento.

O que reparei é que seu saque está mais forte e consistente, peça fundamental para que talvez consiga ganhar seus games com mais facilidade, não prolongando tanto os pontos. Certamente sua estratégia será em procurar conseguir com que os pontos não se prolonguem tanto como antes, proporcionando menos desgaste.

Murray claramente estava emocionado ao término de sua vitória na Bélgica contra Wawrinka, chorou logicamente de alegria, logo antes de receber o troféu. Não deve ter sido fácil seu caminho até essa vitória, e certamente muitas dúvidas devem ter passado nesse percurso até aqui.

Espero para nossa felicidade que essa recuperação se consolide cada vez mais e que o britânico volte a brilhar completando a famosa peça do BIG FOUR, fazendo a disputa mais interessante ainda juntamente com as novas estrelas que vem surgindo nesse período.

Vamos acompanhando e até a próxima.

 

 

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