O especial US Open 2022

Talvez esse US OPEN tenha sido um dos mais especiais da história de nosso esporte.

Certamente foi o mais especial para um jovem espanhol de apenas 19 anos: Carlos Alcaraz!!!

Carlitos, como é carinhosamente chamado, entrou para o livro dos recordes como o mais jovem jogador a chegar ao primeiro posto do ranking da ATP. No passado tivemos vários jovens que chegaram a número 1 do mundo, mas nunca um tão completo e tão jovem. 

Geralmente o garoto nessa idade está recém saindo do juvenil e trabalhando duramente a transição para o circuito profissional. A maturidade profissional está normalmente em seu início e as derrotas são a primeira escola, mesmo os grandes juvenis. O mundo do circuito profissional é extremamente competitivo e de altíssimo nível na atualidade.

Venho acompanhando a evolução de Carlitos desde antes do nosso Rio Open, e comentando com amigos, cravei que ele venceria o torneio. Muitos me disseram: Ele é muito jovem e inexperiente, você está viajando!

Tenho um costume de enxergar diferenciais em jogadores, e desde que o vi jogar pela primeira vez, do mesmo jeito que afirmei que Jannik Sinner chegaria entre os melhores quando era 70 do mundo, e que disputaria o primeiro posto a médio prazo, afirmei que Carlitos era um fenômeno. E continuo com minha visão sobre Sinner.

Carlitos foi campeão do Rio Open e não parou mais. Entre suas conquistas até o US OPEN, 2 Masters 1000 (Miami e Madri) e mais o ATP 500 de Barcelona. 

Deu uns tropeços quando numa chave saiu de cabeça 2 e com toda sua sinceridade e espontaneidade, disse que sentiu a pressão e que estava trabalhando nisso.

Novamente fui questionado sobre o Fenômeno, com muitos afirmando nos meus ouvidos que ele era somente mais um jogador normal. Logicamente contestei e afirmei que seria uma questão de pouco tempo e chegaria sua primeira vitória de Grand Slam.

Carlitos demonstrava sempre a cada semana, alguma evolução. 

Observei como ele evoluiu de cabeça principalmente, certamente sendo doutrinado por seu mega coach, Juan Carlos Ferrero.

Juan Carlos já foi número 1 do mundo e conhece tudo sobre o caminho da vitória de um GS. O jovem espanhol foi forjado desde pequeno para ser um gigante.

O mais importante de tudo isso e a pílula dourada, além dos fantásticos golpes, atletismo nunca visto antes em um tenista, coração e cabeça fortíssima, a entrega e certeza de seguir cegamente seu treinador. Carlitos se entrega de corpo e alma ao que Juan Carlos Ferrero lhe ensina. Como num deserto sedento, Calitos absorve cada gota que recebe de conhecimento e coloca em prática muito rapidamente. 

Juan Carlos sabe a joia e raridade de jogador que tem em mãos e demonstra a responsabilidade total nesse relacionamento. Ele tem certeza do que está fazendo.

As palavras que dirigiu a Carlitos em diversas situações duríssimas em seus últimos 3 jogos antes da final, resumem a certeza do trabalho em equipe.

Nós nunca desistimos, está marcado com fogo na alma do jovem espanhol.

Sobreviveu ao gigante Cilic em 5 sets. Depois sobreviveu a Sinner em 5 sets (salvando match points e para mim, o melhor jogo do ano). Na live que fiz anteriormente ao torneio, analisando a chave, afirmei que para mim, o vencedor do torneio sairia do possível jogo entre Alcaraz e Sinner.

Após vencer Tiafoe em 5 sets, tinha certeza de que venceria a final contra Casper Ruud.

Ruud fez um torneio incrível e no jogo contra Carlitos, subiu seu nível a um patamar absurdo em diversas ocasiões que eu jamais havia presenciado. Penso que se Ruud levar esse nível adiante nos próximos torneios, será um gigante diferencial em seus resultados.

Alcaraz venceu o US OPEN 2022 e cresce na confiança que tudo pode, cada vez mais, e reconhece a importância de sua equipe, quando no discurso da entrega da premiação, desabafou a importância para ele, que ainda é muito jovem e segue tudo que lhe é passado pelo seu Staff e principalmente por Ferrero.

Esse primeiro GS foi só o início certamente de uma coleção de Majors que virão na sequência.

O reinado de Iga

No feminino, Iga Swiatek, demonstrou por que vem mantendo o posto de numero 1 da WTA.

A polonesa, mesmo tendo dificuldades com a bola do torneio, que era mais leve e que claramente dificultava sua batida, principalmente de forehand onde gira bastante a bola, se manteve quieta. 

Claramente Iga teve dificuldades praticamente em todos seus jogos, mas a cabeça estava lá tentando fazer o melhor com o que conseguia. Mostrou em vários momentos importantes, frieza e determinação para decidir o que tinha de ser feito.

Sua adversaria na final, Ons Jabeur, na contra mão, entrou cabisbaixa, com expressão tensa e pensativa em quadra. A tunisiana, dava a impressão que carregava um cofre carregado de chumbo nas costas. 

Minha opinião é que Jabeur, precisa fechar-se mais em seu tênis, e não colocar expectativas quanto a ser um exemplo às mulheres do mundo árabe e crianças. Repetiu a mesma postura e atitude como na final de Wimbledon. O que se fala, a cabeça cobra e saber lidar com o psicológico, principalmente nos momentos de pressão, pesa muito.

Iga entrou determinada a atacar com intensidade e não dar espaço para Ons entrar em jogo, e o fez com maestria, mesmo no segundo set, quando Jabeur expressou alguma reação, mas sem sequência.

Swiatek ganho seu terceiro Grand Slam e segue no primeiro posto e construindo uma carreira brilhante.

Estamos presenciando a transição para os jovens e temos um nível altíssimo de jogadores.

O tênis viverá e nos proporcionará disputas incríveis.

Vida longa ao rei Alcaraz e a rainha Swiatek!!!!!

Até a próxima, abraços.

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