Os ventos da renovação sopraram no ATP Finals em 2019

Muito bom para o tênis termos a final do ATP Finals de Londres entre os 2 jovens que mais vem se destacando nos últimos anos, o grego Stefanos Tsitsipas e o austríaco Dominic Thiem.

Primeiramente importante mencionar os destaques antes de nos aprofundarmos mais nos 2 jogadores da final.

Destaque do maior lutador de todos os tempos, Rafael Nadal que jogou mesmo não estando em sua melhor forma e deu um espetáculo de recuperação no jogo contra Medvedev. Ele voltou de 1-5, 30-40, com match point contra no terceiro set e venceu por 7-5. Infelizmente foi desclassificado por pontos e nao foi às semifinais, mas mesmo assim conseguiu terminar o ano como número 1 do mundo levando o troféu da ATP.

Destaque para o show de jogo onde Federer derrotou Djokovic num jogo impecável do suíço. Djoko demonstrou solidez  nos primeiros jogos, inclusive sacando muito bem, mas depois caiu de produção perdendo para Roger e deixando escapar a oportunidade de retornar ao número 1 do ranking.

Roger acabou eliminado nas semifinais para o campeão Tsitsipas, tendo inúmeras oportunidades desperdiçadas onde poderia complicar muito a partida. Federer não aproveitou e o grego fechou as portas mostrando muita força mental.

Zverev derrotou Nadal jogando incrivelmente bem, essa foi talvez sua melhor partida no ano. Ele, porém, perdeu nas semis para Thiem, demonstrando novamente oscilações em sua confiança, nitidamente, principalmente dando uma dupla falta no meio da rede, com Thiem fechando o primeiro set em 7-5. Zverev repetiu a dose de reclamações, que ninguém entende os motivos se dirigindo ao seu staff.

Medvedev decepcionou e esteve longe de suas melhores atuações no segundo semestre. Penso que todos esperavam muito mais do russo que vinha embalado de excelentes resultados em quadras duras, conseguindo 6 finais consecutivas vencendo 3 torneios. Talvez cansaço? Pode ser.

Vamos aos finalistas:

Thiem demonstrou muita evolução no torneio, subindo seu nível de jogo no fundo de quadra com muita agressividade e um preparo físico incrível. O que me chama muito a atenção é a capacidade que o austríaco tem de tanto bater uma bola mais ao fundo e logo posicionar-se em cima da linha aguardando uma possível bola mais curta, atacando ainda mais.

Com subidas à rede muito proveitosas, principalmente logo após deslocar seus adversários com seus potentes topspins, tirando muitas vezes o oponente completamente fora da quadra. Gosto muito de sua movimentação, principalmente quando busca seu forehand inside-out, onde consegue incríveis ângulos. Sensível evolução em seus voleios, praticamente vencendo todos os pontos quando vem a rede.

Depois de um ótimo primeiro set, vencendo por 7/6(6), Dominic relaxou e saiu claramente de concentração no segundo set. Assim, proporcionou grande vantagem no início do segundo set, permitindo ao grego fechar o set em 6/2.

Na final duríssima contra o grego Tsitsipas, perdeu por praticamente 3 bolas bobas tentando atacar, 2 backhands na paralela saindo do chão e batendo na rede e 1 forehand na paralela com a quadra totalmente aberta jogando para fora, demonstrando um pouco de dúvida na definição. Ficou muito decepcionado, demonstrando em sua fala na entrega de prêmios.

Tsitsipas, por sua vez, fez um excelente torneio, principalmente pautado pela força mental. Pude observar principalmente contra Federer as várias situações adversas em seu serviço em 0-40, onde conseguiu recuperar-se e vencer esses games. Para isso, contou também com uma ajudinha do suíço, que cometeu erros não forçados.

Stefanos Tsitsipas 2019 ATP Finals

Penso que isso fortaleceu sua confiança para afinal, demonstrando as mesmas atitudes buscando muito foco nas horas importantes contra Thiem. Obteve um excelente equilíbrio entre atacar e contra-atacar as investidas do austríaco. Soube usar com maestria a velocidade de bola de Thiem utilizando os ângulos com precisão. Seu saque está muito mais potente e bem colocado, a esquerda funda e carregada de topspin, muitas vezes com ângulos excepcionais. Seu forehand esteve incrível, com ataques fulminantes tirando o austríaco da quadra muitas vezes e disparando winners mudando a direção. Também esteve impecável na rede, com subidas e voleios precisos.

O que falta mais a esses jovens são a constância dos bons resultados. Muitas vezes vencem um torneio para na sequência sucumbirem na primeira rodada do torneio seguinte. Jogadores como Federer, Nadal, Djokovic, raramente perdem antes de uma final ou semifinal. A carreira fenomenal que ainda estão sendo escritas, pautam pela regularidade de resultados.

Espero que esses jovens consigam seguir os passos desses gigantes e se firmem cada vez mais consagrando a transição.

Vamos acompanhando e excelente 2020 repleto de fantásticos jogos a todos.

Grande abraço.

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