Esse é um assunto que vivenciei e experimentei desde cedo com os esportes graças a mentalidade dos meus pais. Agradeço profundamente meus pais Irinéa e Eduardo, por terem me dado a oportunidade de fazer aquilo que eu amava e me propus a fazer, mesmo com os meus 14 anos na época.
Com 14 anos decidi que jogaria tênis profissional e não conseguia me ver fazendo outra coisa. Muito cedo? Para quem? Isso é relativo.
Tive a oportunidade de viver muitas experiências muito cedo, perceber que a disciplina principalmente é o grande segredo para bons resultados em qualquer coisa que me proponho a fazer.
Que perder, cair, frustrar-se, ficar triste, desapontado, realmente muitas vezes machucar-se, faz parte do enriquecimento da vida e reconhecimento das verdadeiras conquistas.
A luz na vida só existe no contraste com o escuro.
Aprendi que esconder-se de uma situação, é postergar para que essa situação só venha te buscar em algum momento bem mais forte. Enfrentar e resolver, abrirá portas para novas e mais relevantes oportunidades. O aprendizado é permanente e precisamos estar sempre abertos ao novo, desconhecido e desafiador.
Sem desafios não existe crescimento, pois a conclusão que cheguei, é que o grande desafio é interno, na superação de meus próprios limites. O aprendizado desse item fará com que a conquista seja real e se refletirá no dia a dia.
Podemos ver uma situação fora a ser realizada, mas se não for realizada internamente antes, durante e depois, de nada valerá.
O que quero dizer com tudo isso?
Que a competição em qualquer ponto é crucial para o crescimento. Não estou aqui falando em ser profissional de tênis. No meu caso foi o que escolhi.
O que expresso aqui é a importância de os pais poderem proporcionar e fazer com que seus filhos participem de competições.
Me desculpem colocar um paralelo aqui, mas a competição para a vida real é muito mais relevante do que muito canudo conquistado em universidades.
Em hipótese alguma estou desvalorizando estudar, importantíssimo sem dúvida, mas a competição na infância fará com que a criança cresça forte e preparada para enfrentar a vida, seja na profissão que venha a exercer, relacionamentos, desenvolvimento do caráter, enfrentamento de situações adversas e encontro de soluções.
Vejo muita gente repleta de canudos, cursos etc. e são eternos estudantes, mas não conseguem colocar em prática pois não tiveram a oportunidade de competir e não foram educados para isso, infelizmente.
Logicamente que não posso generalizar, algumas pessoas encontram seus estímulos e desafios em outros setores e conseguem aprender.
Mas se entendessem o valor da competição e o que faz a uma criança poder competir desde cedo…….
O aprendizado e o atalho para a vida são imensuráveis.
Principalmente no esporte individual onde a criança enfrenta seus próprios medos, emoções diversas, aprender a concentrar-se, foco, aceitação do que vier a acontecer, derrota ou vitória e como trabalhar tudo isso internamente.
Tenho um pequeno hoje nos seus 12 anos. Apresentei diversos esportes a ele. Fazia tênis, arte marcial, natação, hipismo e futebol kkk. Mas ele odiava a competição e não conseguia enfrentar a possibilidade de perder.
Coloquei ele numa competição de hipismo aos 7 anos, subiu chorando em cima do cavalo e chorando ficou em terceiro lugar me dizendo que nunca mais queria competir. Competiu na natação ganhou primeiro lugar e disse que odiava competir.
Aguardei um tempo e uma vez lhe disse:
– Meu filho, o negócio é o seguinte, papai está te apresentando vários esportes e não estou preocupado que você seja campeão, e sim que enfrente o que acontece numa competição e aprenda a participar com gosto, curtindo. Dar o seu máximo e o que acontecer, festejamos. A vida é uma competição e se você aprender agora de pequeno irá reconhecer e saber lidar com muita coisa que acontecerá lá na frente. Te dou um tempo para escolher um esporte, mas você irá competir.
Deixei o tempo rolar um pouco e veio a pandemia.
Meu filhote, sozinho, pediu para voltar a montar. Concordei.
Passado um mês treinando em aulas, no carro voltando para casa ele me disse:
– Pai, lembra daquela conversa que você teve comigo sobre competir?
– Lembro, respondi.
– Pois decidi qual esporte quero competir.
– É mesmo, qual é? indaguei.
– Hipismo, respondeu.
– Que maravilha, kkkkkkkkk.
Brincadeiras à parte, hoje meu filho ama competir, está aprendendo a perder e a ganhar, a dedicar-se para conquistar, enfrenta seus medos com galhardia e cresce superando cada dificuldade. Vejo a alegria em seus olhos a cada conquista, superação e como sabe lidar quando cai, se recupera e se prepara para a próxima.
Hoje ele é um dos melhores no estado e país na sua categoria, e tenho certeza que levará esse aprendizado para o resto de sua vida.
Abraços e até a próxima.